01-04-2020
As Associações Empresariais, AESL – Associação Empresarial Serra da Lousã, a AEDP – Associação Empresarial de Poiares, o CEMC- Clube de Empresários de Miranda do Corvo e o NEP – Núcleo Empresarial de Penela, em representação de todas as empresas suas associadas, oriundas do Pinhal Interior e, certamente, de todos os que estão preocupados com a sobrevivência das empresas em Portugal, em resultado da crise provocada pela COVID-19, apelam ao Estado que tome as medidas necessárias para que não se deixe de parte quem de muito fez para que a economia do país continuasse a crescer.
Falamos, portanto, de todas as pessoas que trabalham todos os dias para manter o tipo de negócios que até hoje empregam maior parte da população. Temos visto o governo a lançar medidas, desde o começo da pandemia, garantindo apoio aos colaboradores que trabalham por conta de outrem e a trabalhadores independentes, contudo verificamos que nestes apoios até hoje não foram ainda considerados os sócios-gerentes.
E não esquecendo que em Lay Off, com as empresas encerradas, vai ser necessário a quem emprega (empresas) continuar a pagar uma percentagem do rendimento dos seus colaboradores, cerca de 30%, pois o Estado apenas comparticipa com cerca de 70% do valor dos salários a pagar.
Existindo desde já a contingência de que nestes casos, primeiro a empresa tem de pagar aos seus colaboradores e só depois é que vão receber os apoios do Estado, o que para muitas empresas vai originar uma imediata falta de liquidez, que em muitos casos só será resolvida com a injeção de dinheiro particular dos sócios e gerentes na sociedade.
Importa também referir que grande parte do tecido empresarial funciona na base familiar com sócios-gerentes que lutam todos os dias para continuar a pagar os seus impostos e restantes obrigações, tendo estes também família para sustentar, assim como é que o Estado espera que estes sobrevivam? Uma vez que vão deixar de ter receitas nas suas empresas, mas vão ter de continuar as pagar muitas das despesas fixas (água, seguros, eletricidade, rendas, entre outros), tem de pagar os salários aos colaboradores e esperar pelos prometidos apoios do Estado na ordem dos 70% e, para agravar toda esta situação, até a data de hoje, 1 de abril de 2020, o Estado recusa-se a atribuir apoios para os salários dos sócios-gerentes.
É neste cenário que pedimos que o Estado intervenha com urgência, pois muitos empresários veem-se obrigados por esta pandemia a fechar portas, seja por falta de clientes seja por quebra das cadeias de abastecimento ou outras razões diretamente relacionadas com a doença COVID-19, e veem-se sozinhos sem apoio para si próprios e para as suas famílias que tanto dependem da faturação que a empresa realiza e que está muito reduzida ou mesmo parada.
São estes os empreendedores que mantém Portugal a funcionar visto que representam uma grande parte do seu Produto Interno Bruto, tanto no consumo como no investimento e exportações, por isso e porque esta grande parte do tecido empresarial português se encontra já numa situação fragilizada muito devido aos efeitos da crise de 2008, pedimos ajuda para estas pessoas, para que possam continuar a lutar para manter o país a funcionar e a crescer.